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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

POBRE OU RICO! QUEM É QUE NÃO PRECISA UM DO OUTRO?

           Certo homem, atolado na sua avareza e na sua indumentária elegância, caminha sobre as pluralidades do chão, mostrando sua vaidade e admiração ostentosa! Tudo que se vê a frente, voga, ao seu próprio ver, o que lhe parece ser digno e proveitoso! Pelos bolsos carrega um inumerável de notas gêmeas, assim como talões de cheque e cartões de crédito! Seu relógio de pulso clareia ouro, riqueza e quilates de rei! 
         Seus pés andam sobre as forças dos remos, vagueando assanhados com seus sapatos à moda francesa! Caminha entre amigos, centrado na sua luxúria, ganância, magnificência e no seu mundinho de negócios! Não se tem tempo para olhar para os lados, nem para o chão, onde vive o encardido, o rejeitado, o miserável, o indigente e o menos favorecido! Pouco os enxerga, aclarado na sua avareza, pobreza de espírito e preconceituosidade monstruosa! Acha que sua compaixão pelas classes baixas já lhe basta para inspirá-los vergonha, lástima, piedade, e só! Assim, vai se achando absoluto no meio da escória do mundo, receoso de seus contágios, suas impurezas, suas insensibilidades, suas maldades e suas manchas de pele! Dificilmente se assemelham as suas aparências fracas, encardidas e os seus insuportáveis mal cheiros! 
        Os rejeitados então sofrem, e calados, nas suas condições miseráveis e dispendiosas! Não se tem dinheiro algum, nem para comprar o próprio almoço, infeccionados pelas pragas desses esnobes engravatados! Nunca variam formas ou padrões, continuando sempre os mesmos, como donos das ruas, das praças, dos becos, dos aglomerados, das galerias e das favelas!
        Assim cresce suas iras, seus desapontamentos e suas desobrigações com o mundo! As repulsas sofridas não tem perdão, e lhes repugnam os estômagos, ficando a observar àquele de boa fama sendo alvo de afeto e de consideráveis atenções! Bando de hipócritas mal agradecidos! Não acham que precisarão de outrem, assim como outrem precisar-vos-ão de vós? Não é a toa que a chuva cai para os ricos e para os pobres também, e que não se há um sequer que poderá aumentar um milímetro de sua vida! Além de que, não se há diferenças para Deus, assim como também nunca existirá misérias, falta de recursos, indivíduo feio e classes rejeitadas! Todos se igualam num mesmo fim, num só conceito e numa mesma totalidade, não é mesmo?
         É certo dizer que não se há diferenças e nem preferências nesse mundo! O dinheiro do rico poderá sumir dos bancos, assim como o pobre poderá se tornar abundante! O luxo e as sofisticações poderão desaparecer, assim como a soberba, a petulância, o egoísmo, a intolerância e a exterioridade! Além de que, tudo contribui em favor da perseverança, do respeito e do bom senso, não provendo a vida de sortes ou de azares, mas de um ato de comprometer-se com ela, para ela e para o bem dela! 
        Num certo dia que não esteja esperando, o rico deixará de existir, juntamente com o pobre, o desprezado, o ignorado e o rejeitado! Assim, disporão de um mesmo solo, de um mesmo chão, de uma mesma poeira do campo e das mesmas partes sólidas da terra, ficando apenas as lembranças da falta de igualdade, da terrível preconceituosidade e das sofridas exclusões!
                                                                      Gláucia Cardoso