Venhamos saber
que títulos de renda, ações em alta, letras de câmbio, pedras preciosas e
dinheiros brutos, são preciosidades que atraem homens de todo mundo! Trata-se
de uma descoberta de grande admiração pública, explorada por compulsivistas, materialistas
e gananciosos!
Como uma simples
folha de papel pode gerar tantas disputas, brigas, guerras e dissensões? Essa
bendita moeda corrente tem preparado a terra para o grande choque, o grande
confronto entre homens, mulheres e jovens decentes!
Assim, começa a
peregrinação por robustas fortunas e luxúrias cambistas, proporcionadas por
ouros, esmeraldas, pedras preciosas e erres cifrões! Nossas ganâncias não tem
fim, cuja finalidade será sempre o de mudarmos o destino do mundo, de ruim pra
pior!
Os homens já não
têm mais paz, considerados, quase todos, mercenários do materialismo! Aliás, o
que fazem, o fazem erroneamente, realizando confrontos em cima de numerários,
moedas correntes e valores exorbitantes!
Ninguém consegue
dissipar tão desesperada loucura, virando um grande problemão para a
humanidade! Estamos vivenciando o avesso! O dinheiro está em alta, sendo o ouro
levado mais em conta que a vida do irmão, ou os bens materiais indo além que as
delícias dum mundo cristão paradisíaco!
A crença sumiu,
estando as igrejas quase zeradas! Não digo “igrejas” quanto ao número de fieis
nas instituições religiosas, porque, o que vimos, são templos lotados de gente
se dizendo crentes ou cristãs! Sobretudo, refiro-me “igreja” aos verdadeiros
Cristãos, adoradores de Cristo e praticantes da boa fé, as quais são louváveis,
amáveis, dóceis e amigos de inimigos!
São os que admitem que erram, sendo pecadores,
imperfeitos e carnais como qualquer outro; mas que, devido ao seu grande amor
pela Palavra Sagrada, se doam, se entregam e se humilham aos pés de Cristo! A
estes, infelizmente, existe uma inferioridade muito alta em número e devoção!
Assim, levando
em conta as coisas vistas hoje em dia, podemos concluir que a caça deixou de
ser uma perseguição às bruxas, dando lugar a um confronto particular entre irmão
com irmão, amigo com amigo, inimigo com inimigo, pai com filho e filho com mãe!
Estamos envolvidos pela facção egoísta, ostentosa e insuportável! O dinheiro
tem despejado até sua última gota venenosa, cuja doença tem se espalhado
espantosamente pelo nosso Brasil! Quem sabe, até pelo mundo afora!
Trata-se de uma peste causadora de
muitos males, muitos prejuízos e grandes mortandades! Uma maldição que faz com
que os homens fiquem mais desesperados, loucos e egoístas, aprisionados entre
grades, blindagens e gaiolas! Uma ganância que se propala em dias, meses e
anos, prometendo uma série de benefícios, como belas casas, bons carros, contas
gorduchas, altos salários, além de um mundo de ostentações!
A hora está
chegada, anunciando a sua voluptuosidade material e a sua lepra maldita!
Estamos acercados por mistérios, pragas e parasitas que nos alimentam os sonhos
de infinitas riquezas e besteiras!
Nem as crianças,
abaixo de anos, são poupadas! Nem os jovens, mais estudiosos e modernos, são
esquecidos! Nem os velhos, entendidos e experientes, são deixados de lados;
estragando um povo preso a raízes e tradições!
Oh dinheiro
maldito, que tem exercido influência nefasta, animalesca e negativa entre as
pessoas! Que faz com que o irmão machuque seu irmão, que os filhos percam o
respeito para com seus pais, que o vizinho se aborreça com nossas simples
práticas!
Oh dinheiro
cruel, sujo e arteiro, que tira o que está em casa alheia levando-o em cativeiro;
que vem subtraindo os valores de um bom cristão; que tem ignorado o humilde, o
sensato e o justo! Até quando limitaremos à sua má administração?
Será que esse
sentimento de grande proporção egoísta e materialista, realmente possa tornarmos
mais felizes do que já somos não tendo nada? Assim duvido! De antemão, posso
concluir que não podemos calar diante de tanta hostilidade, calamidade e
maldade!
Oh versados em
finanças e ostentações! Será que podemos acreditar num futuro melhor, sem
problemas, disputas e guerras, nos conscientizando dos malefícios que o
dinheiro nos traz? Será que realmente não dependemos desse maldito objeto de
apreciações para sermos bem sucedidos na vida?
Assim, devo
calar-me ou continuar me queixando de sua ilegitimidade, inutilidade e
desvalor, sabendo que, até o que escrevo nessas entrelinhas me serão cobrados
os tils, os acentos e os pontos finais?
Acreditem! Não
vivo de ideologias e nem de convicções precedentes! Além de que, não vivemos de
teorias ou de coisas inverossímeis, porque o que vemos, o vemos a olho nu!
Digo que não são
as ideias, cálculos ou previsões que caracterizam pensamentos audazes; mas, tão
somente, a certeza de que não valemos nada além de erres cifrões constituídos
de dígitos e de infinitos zeros!
Gláucia Cardoso