POSTAGENS

sexta-feira, 2 de maio de 2014

PARA OS BRASILEIROS QUE SE CONSIDERAM ARTISTAS!
ANONIMATOS DE TALENTO!!
É CERTO APAGARMOS NOSSOS DONS?
"Somos brasileiros anônimos, literatos e disciplinados no que se refere à dramaturgia de um pensador; considerados defensores das letras, das artes e da cultura! 
O que temos que fazer para que venhamos a ser reconhecidos? Aumentar a força que há em nós? Cultivar o trabalho pela qual temos nos esforçado? Distribuir nossos dons e talentos para os quatro cantos da terra? Dedicar-nos com fervor naquilo que não se tem encerrado coisa alguma? Apresentar-nos como revolucionários no meio de um bando de preferenciadores exclusivistas?
Então, se isso for, deem-nos a fórmula, indiquem-nos a receita, apontem-nos o caminho! Precisamos urgentemente de respostas que possam nos levar além do mar, além do que isso que estamos sentindo! Lembrando que somos anônimos, romancistas, poetas, novelistas, artesões, pintores, revisores e artistas; grandes sonhadores sem papas na língua, prisioneiros de nossa própria insensatez, lamúria e jurisdições!
Necessitamos que o mundo nos enxerguem, nos avistem e nos tomem nota! Dedicados às letras, ao teatro ou coisa parecida, vivemos encarnados num talento desconhecido e desprezado por muitos; aferrados em propósitos e objetivos que se vão além da consciência; andando sem rumo, sem direções e sem perspectivas de progresso, pois as estatísticas não mentem no que se refere ao mundo artístico brasiliense!
No Brasil, onde a maioria de nós residimos, infelizmente não se há grandes padrões e nem existem maiores fornecimentos! Tudo é fútil e incerto, sendo inútil preservarmos uma esperança que só é firmada para além das terras gerais, em campos estrangeiros! Vemos em outras nações a prole do sucesso e seus derivativos se expandindo, levados pelo reconhecimento da arte, da madureza talentosa e da legitimidade do dom; tão diferente do nosso país pouco expansivo e pobre culturalmente - Grifo nosso.
Pode-se dizer que a ocasião de lá torna-se os literatos bem dispostos, reconhecidos, aplaudidos e agraciados pela diplomacia de tantos! Além de que, bem sabemos que literatos conhecem literatos, das loucuras de não sermos apadrinhados e bem vistos em terras brasileiras! Assim, perguntamo-los: "Teremos que sair do Brasil para sermos descobertos e valorizados?"
Muitos de nós, estamos providos dessa falta de prêmio, dessa desordem artística e dessa subtração pública e egoísta destinada apenas a numerários altos e a contas rechonchudas; tornando-se pura insensatez permanecermos presos a talentos sem motivações, significações e sem raízes! Não é a toa que nesse país do carnaval e futebol, a habilidade e o dom são traduzidos em preços elevados, valores exorbitantes e pedras preciosas; nada além que isso!
Digo que talentosos no Brasil, são como formigas que trabalham, que suam e que se dedicam em prol do nada, do vazio, no intuito de acumular obras em buracos imperceptíveis. Buracos que, no entoar do tempo, são despedaçados e pisoteados pelas feras de fora, as quais não valorizam empenhos e nem dão a mínima para labutadores.
Assim somos nós, excrementos que se fundam no chão, que são desprezados e largados de qualquer jeito! Não se há comprometimento com o mundo, devidos destalentosos que nos chegam à frente, movidos por seus inúmeros talões de cheques e por seus erres cifrões!
Se existe algum engano ou blefes nisso que dizemos, ou se, porventura, há certa urgência e necessidade de nos firmar como heróis, então por que ainda não descobrimos financiadores que gostem de nós, que vejam que valhamos pelo menos alguns míseros trocados? Ou mesmo, que aplaudem nossas ideias, que nos gerenciem, nos limitem e apontem-nos erros e acertos? Será que os tais, de fato, existem mesmo?
Não desejamos ser exclusivistas, mas, porém, ansiamos por um Brasil melhor, onde não se há acepções associadas ao dinheiro, e sim, a descobertas fabulosas e imprescindíveis! Não é a toa que existem tantos talentos camuflados em favelas, em ruas, em praças, em becos ou avenidas, esperando a ocasião certa para serem notados, apadrinhados ou respeitados pela mídia! Ao que tudo indica, suas entrelinhas estão repletas de coisas quentes, materiais importantes para novelas, filmes ou best-sellers!
Sendo assim, não podemos nos dar no luxo de cairmos na sarjeta, apagando nossos dons e nossa habilidade de ofício, mesmo tendo ciência desse mundo brasileiro e globalizado, repleto de exclusividades, de rótulos e preferenciais!
De fato, precisaremos de intermediários para nos servir de ligação, de apoio, de fundamento e de haste! Nisso, não temos qualquer dúvida! Além do mais, para onde quer que vamos, certamente necessitaremos de alicerces e de apoios financeiros! Isto é o nosso Brasil, meu povo! Realidade de cultura desprezada e esquecida! Que pátria amada é essa? Que berço esplêndido é esse?
Acaso, estamos dizendo coisas vãs ou sendo imprudentes em escrever estas verdades? Ou mesmo, estamos generalizando às coisas tão visíveis a olho nu? Pelo menos, na nossa concepção, acreditamos ser impossível não falar desses deslizes nos dias atuais! Mesmo porquê, se o mundo tem nos apresentado tantas portas para escolhas, então, porque a que nós, literatos brasileiros, queremos abrir, continua sempre fechada?
Tentaremos arrombá-la ou descomprimi-la do seu marco? Achamos loucura! Mesmo porquê, não dispomos de gorjetas ou gratificações extras para subornos! Se caso assim o fizesse, voltaríamos mais perdidos do que um trem fora do seu trio, devidas chaves que certamente não farão correr a lingueta com exatidão.
Estamos complicados demais com nossas lamentações e devaneios, a um ponto de explodirmos e mandarmos tudo para o espaço! É triste! Queríamos que algo nos acontecesse em breve, doravante ao nosso trabalho árduo e edificativo, para que assim nos calemos e nos curemos dessa maldita falta de reconhecimento público!
Asseguramos que existem centenas de "nós" espalhados por esse Brasil à espera de grandes oportunidades! Isso nos conforta e nos neutraliza à falta de juízo, sabendo que não estamos sozinhos, tendo milhões de talentosos gritando por socorro às margens do mar ou nas entrelinhas dum artigo fictício!
Estamos fartos de nos escondermos em livros, nas páginas e narrativas que nós mesmos criamos, citamos, dramatizamos e nos dedicamos, cujas palavras nos são tatuadas com disposição e alegria! Além do mais, não é a toa que estórias planejadas escolhem seus próprios caminhos e alcançam facilmente os melhores resultados! No entanto, a ficção é coisa trabalhada, baseada na imaginação daqueles que a dramatizam; considerada suposições ou relatos de ideias de caráter artístico, feitas para abrilhantar a narrativa!
Quanto a realidade, dizemos que não é fácil sermos escritores, editores, poetas, dramaturgos, pintores, revisores ou outros idealistas, e, tampouco, não sermos reconhecidos por ninguém! Os heróis do mundo estão por ai às soltas, prontos para atacar-nos às suas práticas materialistas, soberanas e viciosas, sabendo que somos anônimos e desprovidos de recursos! Até quando o nosso Brasil ficará nesse marasmo singular?
Queríamos que soubessem que o que falamos e o que buscamos nos são provindos da alma, nada diferente dos nossos sonhos, desejos e projetos! Tudo é-nos concernente a um dom, dom esse pouco aproveitável pelos de fora, mas que, na verdade, não se pode apagar, aniquilar ou se distanciar de nós! Isso é loucura! Nossa arte é o nosso tudo, e nossa paixão é o nosso alicerce, fundamento e excêntrica necessidade!
Não se há respostas concretas para o que sentimos interiormente! Podemos dizer que somos romancistas ou desesperadores, mas, porém, podemos garantir que somos também brasileiros, imperfeitos e de muita fibra; tendo que valorizar esse nosso país carente, e não nos dar no luxo de difamá-lo ou de aliarmos aos desígnios dos fracassos!
Aliás, nosso versos são nossas fontes, matéria importantíssima de inspiração, as quais dedicamos com exclusividade e grande fervor ao público; um público desconhecido que mal sabem de nós, mas que gostam do que fazemos e produzimos com a mente, mãos e coração!
Não esperamos nada em troca, nem ouro e nem prata desejamos obter, apenas meros reconhecimentos! Além de que, sem recursos, podemos dizer que nossas obras se tornam inválidas, mesmo sendo obtidas por inumeráveis lutas ou sido empregados todos os meios de autoajuda e reparação!
Não tivemos retorno e nem patrocínio algum devida injustiça de outros que nos arrotam as suas práticas ostentosas e suntuosas! Não sabem o que sentimos, e, tampouco, o que se passa com a gente! Nossa angústia é não podermos expressar nosso tudo, nossos dotes e nossos talentos, devida falta desses benditos recursos! Por isso, ironicamente dizemos: Bem vindos ao nosso Brasil! Um Brasil de sonho, de fantasia e de ilusão!
Angustiados, ficamos obrigados a nos calar e a enterrar nosso talento e a nossa abençoada prenda! Afinal, não temos título algum e nem merecimento alcançado, doravante à falta de auxílio e desesperado socorro! Queremos sair do marasmo, mas não podemos nos esquecer dessa realidade pouco favorecida!
Quanto ao espírito, somos maravilhosamente grandes; contrária é a nossa situação relativa à moeda, donde, até nossas letras se esvaem por falta de acomodações! Andamos como loucos a espera de apoios e em prol dessa fissura literária; não tendo mais que mantê-las sobrevoando sobre os nossos neurônios!
Estamos cansados de andar em círculos, de fugirmos da realidade e de nos aliar aos vícios dos nossos teclados! Hoje sofremos por não sermos reconhecidos, por sermos desvalorizados, questionados e esquecidos, coisas essas que nos causam náuseas e dores de cabeça. Não suportamos mais!
Onde passamos não encontramos nada, além de nossa própria imaginação, vaidade, inspiração e expressão da verdade! Por favor! Não apaguem isso que habita em nós, essa anarquia poética e essa liberdade de escrever o que sentimos! Não queremos, de forma alguma, desistir do nosso ponto mirado, e nem deixarmos de prosseguir com os nossos sonhos e ideais!
Ajudem-nos a preservar a cultura, àquela em que o espírito toma a melhor parte! Enxerguem a arte fabulosíssima das letras, as quais são traduzidas diariamente pelos sonhadores e por seus meios literários! Não estamos aqui para nos vender, a não ser, o de procriar a inspiração e o prazer de escrever! Queremos nos encher de forças para voar, sem medo de errar ou sentir!
De próprio punho escolhemos este caminho, o das letras, o da poesia e o da romanceira! No entanto, no entoar do tempo, sem patrocínio, sem amparo e sem resguardo algum, nossa arte tende a se apagar, esfriar e se extinguir.
Ajudem-nos a ressuscitar nossa cultura! Não anulem nossos talentos, nossas habilidades e nossos dons! Sabemos que a maioria de nós temos algo de útil a repassar ao outro, especialmente para aqueles que nos assemelham e se inspiram em nós! Isso não é brincadeira; é pura arte!
Não subestimem a nossa capacidade, inteligência, habilidade e dom! Elas realmente existem e merecem respeito e atenção! Não as deixem corrompidas pelas traças, abandonadas ou apodrecidas nas corrediças das gavetas, num fundo à parte donde ninguém jamais se atreveu a procurar! Apagando-as, quem nos valorizará?" 


O Termo "Nós" (Primeira pessoa do plural) ao qual empreguei nesse meu texto, é relativo a uma visão global, ou seja, a um conjunto de talentosos que formam um todo, no intuito de dar ênfase ao contexto, substituindo o termo singular para o coletivo. Afinal de contas, a maioria de nós trazemos conosco algum tipo de dom, talento ou habilidade!

                                                               

Gláucia Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário